Cleber Barbosa, da Redação
Uma das obras públicas mais aguardadas dos últimos anos no Amapá, o novo Aeroporto Internacional de Macapá tem sua entrega finalmente confirmada para agosto deste ano, em meio ao anúncio de que o antigo terminal será demolido. A notícia, apesar de ser a representação de uma virada de página, um recomeço e uma nova etapa, de modernidade e ampliação da capacidade de cargas e passageiros, causa certo impacto, especialmente nos saudosistas.
A aposentada Maria Joana de Souza, 71, diz que levava os filhos ao aeroporto nos anos 80 para viajar a Belém para estudar. “Dava uma grande dor ter que se despedir deles pela saudade de ficar um semestre inteiro longe, mas a gente sabia que era por uma boa causa”, diz ela, que agora vê esses filhos levando hoje seus netos ao velho terminal. “Só que agora as viagens são para congressos e seminários lá fora, pois atualmente existem muitos cursos superiores aqui mesmo no Amapá, graças a Deus”, completa.
Nostalgia
Então assim como o caso de dona Joana, outras famílias têm neste aeroporto a referência não só de despedidas, mas de muitas chegadas cheias de alegria e orgulho. “Os nossos estudantes saíam do Amapá para conquistar os vestibulares mais concorridos do Pará e outros estados”, diz o radialista José Ney Picanço, o Jota Ney, que levava o irmão Paulo Sérgio ao aeroporto para estudar medicina e que depois os próprios filhos que foram fazer faculdade em Goiânia.
Por este velho aeroporto, de configuração e formas arquitetônicas consideradas há muito tempo ultrapassadas, também chegaram muitos artistas, celebridades como cantores, atores e atrizes, bem como gente importante da política nacional, bandas e muitas histórias a serem contadas. “Lembro que certa vez chegou aqui o ex piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, que pilotava seu próprio avião e fez uma escala aqui para reabastecer a aeronave, pois estava vindo dos Estados Unidos, diz o taxista Antônio Pereira, o Bola.
Oficialmente, a Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) diz que o terminal antigo será demolido para ampliar o pátio de aeronaves do novo terminal, que deverá entrar em operações no mês de dezembro deste ano. A transição entre o atual terminal e o futuro aeroporto ainda deverá reservar um espaço para a memória, especialmente com registros fotográficos, quadros com pinturas históricas, documentos e, claro, relatos de quem há décadas frequenta o Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre.
Trajetória desde o campo de pouso, na Av. FAB
A história do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre começou a ser escrita na década de 1930, durante a Segunda Guerra, quando o governo dos Estados Unidos buscou composição com o Brasil para construção de bases aéreas militares. Alguns anos mais tarde, em 1943, na época do antigo Território Federal do Amapá, o então governador Pauxi Nunes convidou o coronel Belarmino Bravo, da Força Aérea Boliviana, para fundar o Aeroclube de Macapá, para desenvolver, basicamente, atividades sociais e recreativas.
Com a instalação do Serviço de Aeronáutica (Saer), em 1953, composto por um hangar, um avião Bonanza Beechcraft A36 e um campo de pouso, a sistematização de frequência de voos ficou consolidada. O avião foi adquirido com o objetivo de atender com mais rapidez a cobertura dos serviços administrativos do governo e, ao mesmo tempo, auxiliar a população no transporte de medicamentos para o interior ou de pessoas doentes para Belém do Pará. Em 1956 foi criado, no Aeroclube do Macapá, o curso de piloto de aeronaves; dois anos depois, em 1958, ocorreu a transferência das atividades aeroportuárias do campo de pouso, na Avenida FAB, para a atual base do Aeroporto.
Infraero administra aeroporto há quase 40 anos
A partir de fevereiro de 1979, o Aeroporto Internacional de Macapá passou a ser administrado pela Infraero. Desde então, várias melhorias foram realizadas, como a troca do piso e do forro, além da reforma de sanitários do terminal de passageiros, assim como a construção de módulos operacionais para as salas de embarque e desembarque, a revitalização da fachada e a ampliação do terminal de passageiros e do pátio de aeronaves.
O Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre, em Macapá (AP) completou no último dia 12 de março, 39 anos sob a administração da Infraero.
Para a superintendente do aeroporto, Keyla Paula de Moraes, a localização do terminal, a 3 km do centro da cidade, possibilita novas oportunidades de negócios para o estado do Amapá, principalmente para a indústria, o comércio e o turismo, com foco nas relações com a América Central, América do Norte e Europa. “Nesse sentido, o Aeroporto Alberto Alcolumbre tem papel fundamental e estratégico, facilitando o transporte de passageiros e cargas, integrando as regiões e colaborando para o desenvolvimento do estado e do país”, pontua.
Veja os números de embarques em voos comerciais no aeroporto, com base nos sistemas de dados do Portal Aviação Brasil.
CURIOSIDADES
– A história do Aeroporto Internacional Alberto Alcolumbre começou a ser escrita na década de 1930, durante a Segunda Guerra.
– Alguns anos mais tarde, em 1943, o então governador Pauxi Nunes convidou o coronel Belarmino Bravo, da Força Aérea Boliviana, para fundar o Aeroclube de Macapá.
– Em 1953 o Serviço de Aeronáutica (Saer), composto por hangar, um avião Bonanza A36 e um campo de pouso chegava à Av. FAB.
1.958
NOVO AEROPORTO
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