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A antiga estação de passageiros em Porto Grande (AP), da Estrada de Ferro do Amapá | Fotos: Antônio Rocha
Amapá

Ex condutor dos trens da EFA faz desabafo sobre abandono da ferrovia

Lilian Azevedo, da Redação

Betral

O maquinista aposentado Antônio Rocha, que por 30 anos percorreu o Amapá conduzindo as locomotivas da Estrada de Ferro do Amapá (EFA) visitou a velha ferrovia esta semana e voltou para casa desolado com o que viu. Na antiga estação no município de Porto Grande, conhecida como Porto Platon, ele encontrou um símbolo dos tempos áureos da mineração no Amapá, um vagão chamado “Litorina”, um carro executivo que transportava as mais importantes comitivas até Serra do Navio, onde a mineradora Icomi S.A. administrava o maior projeto industrial da Amazônia em seu tempo.

Antigo símbolo da aristocracia do antigo Território Federal, o vagão executivo Litorina está abandonado também

Naquele vagão viajaram até presidentes da república, como Juscelino Kubitschek, assim como outros políticos, investidores e o próprio fundador do Grupo Caemi, o visionário empresário brasileiro Augusto Trajano de Azevedo Antunes. “Vejam como se encontra a Litorina em Porto Platon, neste veículo ferroviário transportei alguns gerentes da ICOMI, e diretores entre eles Itaquê Mariano da Silva, Sérgio Paulo Marques, Rubens Pascal Puca, Fernando Guimarães entre outros e visitantes que vinham de todo o Brasil visitar Serra do Navio, com um detalhe não faltava aquele saboroso lanche, saudades”, escreveu o antigo maquinista em uma rede social onde postou as fotos.

Uma paixão

O ex maquinista da EFA Antônio Rocha, no detalhe, e sua homenagem ao trem em sua casa na forma de decoração

Impasse

A reportagem apurou que o abandono não apenas da estação em Porto Grande como nas demais na rota entre Serra do Navio e Santana, é fruto da herança deixada pela mineradora Zamin Ferrous, última detentora da concessão da ferrovia, mas que devido ao abandono e descaso, teve essa concessão retomada pelo Estado, que em julho de 2015, decretou a caducidade. No ano seguinte, uma licitação foi lançada para que um novo permissionário pudesse operar os trens, mas o certame deu deserto, ou seja, não apareceram interessados e desde então a situação só se agravou.

Veículo especial de apoio e manutenção da ferrovia, também abandonado em Porto Grande

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