“Mesmo de modo discretíssimo, a Princesa agiu pelo fim da escravidão mais de uma década antes do 13 de maio de 1888. Evidências disso são as honrarias concedidas aos homens que pudessem fazer algo não somente pelos negros, mas pelos pobres em geral. As moedas de troca eram comendas das ordens imperiais e, algumas vezes, títulos de nobreza, o que ela chamava de ‘tartines’, que significam ’confeites’ ou ‘badulaques’, em cartas à Condessa de Barral”, comenta Fátima.
“A historiografia sobre a futura imperatriz foi enviesada por olhares masculinos, depois reproduzido até por historiadoras. Por outro lado, o catolicismo de D. Isabel é esmerilhado, sendo compreendido como parte de sua legitimação social enquanto governante e, também, de uma cosmovisão cristã que impregnava todos os seus atos”, acrescenta Bruno Antunes de Cerqueira.
O texto de Bruno A. de Cerqueira mostra ainda que, na França, a “imperatriz exilada do Brasil” trabalhou sempre pelas causas sociais e que seu nome era de absoluto prestígio nos movimentos de remissão de pessoas escravizadas na África. Até Marcel Proust a teria conhecido e nela teria se baseado, em parte, para idear a sua “Princesa de Parma”, uma das mais curiosas personagens de “Em busca do tempo perdido”.
A formação da princesa também ganha destaque em “Alegrias e Tristezas”, provando que estudou a vida toda, e que seu pai dizia que para ela se educar era que ele tanto se dedicava aos estudos. Um dos muitos fatos curiosos do exílio na França é saber que o mais importante professor de piano de D. Isabel, o maestro afro-cubano José White y Latiffe, que ela nomeara diretor do Conservatório do Rio de Janeiro, a acompanhou no banimento, sendo uma espécie de “mestre de capela” de sua corte, em Paris e no Castelo d´Eu.
Os autores
Nascido em Niterói (RJ), Bruno A. de Cerqueira graduou-se em História na PUC-RJ e pós-graduou-se em Relações Internacionais no Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Graduou-se em Direito no UniCEUB. É especialista em genealogia dinástica, foi diretor de publicações do Colégio Brasileiro de Genealogia. Desde 2012 atua na Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, e, atualmente, auxilia a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas na formação dos novos servidores da entidade. Como advogado atua nas Comissões da Memória e da Verdade e dos Direitos Humanos da OAB/DF. Presta consultorias em diversas principalmente no que se refere à história da Monarquia e da realeza brasileiras, do abolicionismo, do isabelismo e da participação das mulheres na política oitocentista. Em 2001, fundou o Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora.
Ficha Técnica
Livro: Alegrias e Tristezas. Estudos sobre a autobiografia de D. Isabel do Brasil
Páginas: 888 páginas e mais de 70 ilustrações
Editora: Linotipo Digital, em parceria com o Instituto Cultural D. Isabel a Redentora
Dimensões: 23.50cm x 16.50cm x 5.50cm
Edição: 1
Encadernação: Capa dura, com guardas ilustradas e coloridas
Peso: 1558 gramas
Idioma: Português
ISBN: 978-85-65854-25-2
Ano de publicação: 2019
Preço: R$ 150,00
Vendas: https://www.linodigi.com.br/produto/alegrias-e-tristezas-29 ou (11) 3256-5823
Sobre a Editora Linotipo Digital
A Linotipo Digital Editora e Livraria Ltda., com sede em São Paulo e fundada em 2011, dedica-se a trazer à luz antigos clássicos da literatura e história brasileiras, além de outras áreas do conhecimento. Também edita livros de negócios, economia, direito, arqueologia, religião e filosofia, além de projetos em outros ramos. Comandada pelos editores Laerte Lucas Zanetti, advogado, e André Assi Barreto, professor de filosofia e tradutor, atua em parceria com renomadas entidades culturais brasileiras e estrangeiras. Acesse www.linodigi.com.br
Sobre o Instituto Cultural D. Isabel a Redentora
O IDII, sigla pela qual é conhecido o Instituto Cultural D. Isabel I a Redentora, é uma organização não governamental voltada para educação, cultura, valorização da civilização brasileira e preservação da memória dos grandes vultos da transição entre o Oitocentos e o Novecentos, em especial de D. Isabel e dos Abolicionistas. O Instituto foi fundado em 13 de maio de 2001, no salão nobre da Imperial Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos do Rio de Janeiro. Informações no www.idisabel.org.br
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