Cleber Barbosa, da Redação
Com a proposta de prestar verdadeiro agenciamento para a contratação de artistas locais por entidades locais e nacionais, a Duas Telas Produções anuncia um pacote de medidas que visam não apenas a valorização dos produtores e artistas amapaenses, como também coloca-los no mercado com a devida personalidade jurídica, uma exigência dos instrumentos de controle para contratações públicas. Josimar Barros, dirigente da entidade, falou sobre as novidades do setor em entrevista ao programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9) nesta sexta-feira (07).
A proposta é juntar a cadeia produtiva da cultura, de modo a visibilizar que quando um artista sobe ao palco tem toda uma cadeia de profissionais sendo empregada no espetáculo. São técnicos de som, técnicos de luz, roteirista, maquiador, enfim. “A ideia é tentar elucidar essa cadeia para todo mundo se sentir inserido nela e profissionalizar a todos como uma categoria profissional, de modo a cada um se sentir valorizado como profissional, estabelecendo inclusive um piso para os honorários para os cachês na contratação destes profissionais, pois pulverizado todo mundo perde”, explica.
Ele diz que durante a preparação do projeto, foram identificados valores completamente díspares para esses valores remuneratórios, que não refletem a realidade dos artistas, ao contrário, estão muito defasados, daí terem iniciado um diálogo também com as instituições. “Com relação à Prefeitura de Macapá e a Secretaria de Educação do Estado (Secult) foi importante pois toda contratação se dá por chamada pública, pois os editais chamam democraticamente os melhores trabalhos e onde os artistas também têm que se organizar para isso”, reforça o produtor.
Josimar falou também sobre o agenciamento de artistas, uma forma de terceirizar e ao mesmo tempo prestar um assessoramento valioso aos profissionais que nem sempre conseguem organizar a papelada para participar dos editais. “Hoje os órgãos de controle recomendam sugerem que as instituições públicas como prefeituras, governos, façam essas contratações com pessoa jurídica, mesmo na modalidade de MEI [microempreendedor individual], mas ainda assim ele receberá tratamento de produtor, ou seja, o artista vende ingresso, arruma as mesas, que quando sobe ao palco está apagado o seu brilho diante do cansaço para montar tudo”, pondera.
Mercados
Por fim, ele fala sobre a expansão do projeto, com a entrada de novos profissionais e até a abertura de uma representação da Duas Telas Produções em São Paulo. Ele acredita que a Amazônia ainda vai ser a grande novidade que a cultura brasileira tanto precisa, seja nas artes, na música, nos palcos. “Temos bons produtos, no Amapá e na Amazônia, pois no cenário nacional as fórmulas estão esgotadas, estão se repetindo, daí a importância do profissionalismo para aproveitar toda a visibilidade”, completa.
Ele reclama que o que já se explorou a respeito das coisas amazônicas, especialmente na televisão, foram coisas caricatas, longe da realidade regional, tanto que o nosso parceiro no escritório paulistano, o Tadeu de Souza, disse nunca imaginar que a Amazônia era negra também, pois o que se pensava era de uma Amazônia apenas índia e cabocla. “Ele disse que o país e o mundo precisam conhecer essa musicalidade amazônica que funde a música popular brasileira e o batuque de negros quilombolas que vieram por conta da construção da Fortaleza”, concluiu.
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