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Milhares de pessoas participaram do desfile do tradicional bloco de rua de Macapá | Foto: Maksuel Martins
Cultura

“A Banda” promete arrastar mais de 220 mil foliões na terça-feira

Neste carnaval, o maior bloco popular do Norte do país promete levar para as ruas uma multidão de mais de 220 mil brincantes. A banda ganha as ruas do centro da cidade no dia 25 de fevereiro em um percurso de aproximadamente 7 quilômetros.

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Este ano, quando o bloco comemora 55 anos, a organização anunciou cinco novos bonecos para o desfile. Eles irão homenagear personalidades que fundaram “A Banda” e que contribuíram para o crescimento do Amapá. São eles: Amujacy Borges de Alencar, professor Antônio Munhoz Lopes, Alice Gorda, Mestre Sacaca e Léo Platon, que irão seguir o cortejo ao lado da tradicional Chicona, Iracema e dos veteranos Ari e Anhanguera.

Outra novidade é o lançamento do abadá, que traz a temática do prédio da “Banda” e a imagem dos cinco novos bonecos. “Os abadás serão vendidos ao preço de 15 reais, mas ressalto que o uso é opcional. Apenas mil unidades foram confeccionadas. A proposta é que o folião tenha uma lembrança da ‘Banda’ para guardar”, explicou Cláudio Junior, gerente de projetos do bloco.

“Outro detalhe importante que queremos lembrar aos brincantes é a realização da terceira edição da ação social que disponibiliza atendimento médico, massagens, ergonomia, testes rápidos e diversos outros serviços. Tudo isso na programação que acontece das 8h às 12h30, na sede do bloco”, ressaltou Cláudio.

Antes do cortejo, em frente à sede da associação, acontecerá a entrega dos bonecos e a distribuição do tradicional caldo de carne para os participantes. Em seguida, vem a concentração e os preparativos para o cortejo.

Trajeto da “Banda”

Às 13h30 ocorrerá a concentração na Avenida Presidente Vargas, na Praça Veiga Cabral. O bloco seguirá pela Rua Cândido Mendes; Av. Henrique Galúcio; Rua Tiradentes; Av. Feliciano Coelho; Rua Leopoldo Machado; Av. Ernestino Borges, com dispersão na Rua São José, Praça Barão do Rio Branco. O trajeto deve durar aproximadamente oito horas, caso não haja imprevistos, segundo a coordenação do evento.

Conheça os bonecos da “Banda”

O “general” da Banda, José Figueiredo de Souza, o conhecido Savino, com alguns bonecos deste ano | Foto: Divulgação A Banda

Chicona: enfermeira conhecida na década de 1960 e um dos principais símbolos do bloco.

Iracema: segunda a integrar o bloco fazendo homenagem à primeira-dama do então Território Federal do Amapá, Iracema Nunes, esposa de Janary Gentil Nunes, governador do Amapá quando “A Banda” surgiu.

“Anhanguera”: nome da rua onde um dia um dos integrantes da “Banda” morou e quis homenageá-la.

Ari: que faz uma condecoração após a morte de um dos conselheiros do bloco.

Amujacy Borges de Alencar: um dos fundadores da “Banda”.

Léo Platon: engenheiro com importantes projetos construídos no Amapá.

Professor Antônio Munhoz: dedicou quase 60 anos à educação, poesia, música e história do Amapá.

Alice Gorda: eleita por anos a Rainha Momo do carnaval amapaense.

Mestre Sacaca: eleito Rei Momo do carnaval por muito tempo e especialista em produzir medicamentos com plantas da Amazônia.

História da “Banda”

O ano era 1965. Em meio a um cenário de ditadura militar, um grupo de amigos reunidos para festejar o carnaval é cerceado pelo governo. “O governador era general e era ano político. Ele indicou uma pessoa para ser candidato a deputado federal para representar o Território. Aí nós decidimos contrariar. Construímos a primeira boneca, a Chicona, e saímos pelas ruas do Centro. Fomos barrados na frente da casa do governador, e foi por isso que viramos resistência e decidimos transformar a ‘Banda’ em história”, lembra José Savino, fundador e presidente do bloco.

Ainda segundo o fundador, música de Chico Buarque de Hollanda, chamada “A Banda”, que era a canção do então candidato a deputado federal Janary Nunes, foi a mesma que deu nome e som ao bloco macapaense. “A resistência à proibição do governador foi o maior impulso, o que mais motivou para que continuássemos com ‘A Banda’. Assim fomos nos organizando e, em 1997, conseguimos nos tornar personalidade jurídica, nos tornamos uma associação e somos considerados patrimônio amapaense”, disse o fundador do bloco.

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