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A capitão-aviador Carla Alexandre Borges, da Força Aérea Brasileira (FAB) no "Santos Dumont" | Foto: FAB
Sociedade

A história de superação da capitão que pilota o avião presidencial

Cleber Barbosa, da Redação

Betral

As redes sociais vem repercutindo o fato da Força Aérea Brasileira (FAB) ter escalado uma mulher para pilotar o avião presidencial, batizado de “Santos Dumond”, como se a notícia fosse recente. Mas na verdade a capitão aviador Carla Alexandre Borges, 35, já exerce desde 2016 a função, na gestão do presidente Michel Temer. Agora, com Jair Bolsonaro, ela permanecerá servindo no Esquadrão GTE (Grupo de Transporte Especial), em Brasília.

Carla Borges já é bem conhecida da mídia por outra proeza: foi a primeira mulher a pilotar um caça da Força Aérea, no Esquadrão Escorpião, em Boa Vista (RR), onde se utiliza o Super Tucano A-29 em missões de patrulhamento das fronteiras. “Diversas pessoas, ainda hoje, surpreendem-se em saber que existem mulheres pilotos, especialmente na aviação de caça”, diz ela. A aviadora já voou também o caça A-1.

Carla transformou o sonho de criança em realidade ao se tornar umas das primeiras pilotos de caça do Brasil. No ano em que estava prestando vestibular para Engenharia no IME e no ITA, a AFA abriu concurso para mulheres na aviação. A vida militar era algo novo e a então Cadete Carla sabia que enfrentaria provações e obstáculos. “A distância da família e dos amigos, noites em claro estudando e poucos momentos de lazer foram sacrifícios necessários. Ser piloto da FAB, em especial de caça, foi o coroamento de uma vida de desafios. Não me imagino em nenhuma outra profissão, nem realizando qualquer outro tipo de trabalho. Digo com convicção que valeu a pena cada segundo”, diz a militar.

Com serenidade, ela minimiza “Provamos que temos as mesmas capacidades de qualquer outro piloto e nos dedicamos da mesma forma. Hoje, somos vistas não como mulheres aviadoras, mas sim como pilotos militares, prontas para cumprir com excelência as missões que nos forem determinadas”, complementa. Atualmente, a FAB possui pilotos mulheres nos mais diversos tipos de aviação militar.

Confira vídeo sobre a chegada da piloto Carla Borges ao avião presidencial

 

Trajetória

Há 35 anos, a Força Aérea Brasileira (FAB) abriu as portas para o ingresso de mulheres em diversas especialidades. A instituição vem aumentando, desde 1982, o número de representantes do sexo feminino – atualmente com mais de 10 mil militares – totalizando 16% do efetivo da Força. Na FAB, elas já alcançaram o posto de coronel e hoje ocupam cargos desde a área administrativa até a operacional, ajudando a garantir no céu brasileiro a soberania do País.

Era 1982 quando elas, pela primeira vez, vestiram a farda azul. Minas Gerais e Rio de Janeiro foram palco desse marco na história da FAB. Foi por meio do Quadro Feminino que as mulheres ingressaram na instituição. Em Belo Horizonte, elas se tornaram sargentos. Já a capital fluminense viu nascer a primeira turma de aspirantes a oficial.

De lá para cá, 35 anos se passaram e as formas de ingresso para mulheres só aumentaram. Hoje são mais de 10 mil militares do sexo feminino compondo as fileiras da FAB. São médicas, pedagogas, aviadoras, bibliotecárias, contadoras, dentistas, controladoras de tráfego aéreo, mecânicas. A lista de especialidades é extensa: todas as escolas da Aeronáutica, hoje, recebem mulheres.

O pioneirismo, carregado de desafios, fez parte da história de muitas militares da FAB. Agora, elas contam como é a experiência de pertencer a alguns dos principais momentos conquistados pelas mulheres dentro da Força Aérea.

Com informações do CComSAer

 

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