Yvine Macedo (*)
O índice de pessoas com transtornos psíquicos tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, dentre eles, a depressão se destaca e ainda é alvo de tabu pela sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 322 milhões de pessoas sofrem de depressão, tornando a principal causa de problema de saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS), é estruturado com uma equipe multiprofissional. Os centros de atendimento psicossocial (CAPs) contém profissionais de diversas áreas da saúde para o suporte desse paciente, e dentre eles está o educador físico, que costuma ser solicitado durante o tratamento, porém, o mesmo possui barreiras por não haver um diálogo preciso com os demais profissionais.
Sintomas
Os sinais e sintomas da depressão variam de acordo com cada nível que se encontra o paciente, dessa forma, são caracterizados não só por pensamentos negativos, humores e comportamentos, mas também por mudanças específicas nas funções corporais, como crises de choro, dores no corpo, baixa energia, libido, problemas com a alimentação, peso, ou sono. As alterações funcionais da depressão clínica são muitas vezes chamadas de sinais neurovegetativos, isto significa que as alterações do sistema nervoso no cérebro causam muitos sintomas físicos que levam à diminuição da participação e um nível de atividade diminuída ou aumentada.
Tratamento
Grande parte dos tratamentos feitos em doenças psíquicas é feito em conjunto, psicólogo e psiquiatra. O médico se incube de analisar o grau e receitar o medicamento necessário para equilibrar a química cerebral. Enquanto o psicólogo, buscará entender as causas do problema e como ele poderá ser desconstruído.
Há diversos tipos de tratamento de acordo com a doença e variam de acordo com o grau. Na depressão, pode der leve, moderada e severa. “Na severa é observado a ideação suicida, o desejo de morrer. Pode ser por ação direta ou indireta, por exemplo uma pessoa usar uma quantidade grande de drogas até ter uma overdose ou dirigir um carro a alta velocidade, na expectativa de causar um acidente que leve à óbito”. Na mais leve a pessoa tem a tristeza e isolamento social. Ambos possuem suporte terapêutico e começam com a medicação, o que muda é a dosagem”, explica o psicólogo Melchindech Neto.
Realização de exercícios físicos no tratamento
Ao realizar uma atividade física, nosso corpo libera o hormônio da endorfina. Relacionado ao bem-estar, fazendo com que o paciente se sinta melhor. Um estudo feito na Universidade de Toronto, concluiu que que indivíduos que praticam atividade física de 20 a 30 minutos por dia podem afastar suas doenças ou suas crises a longo prazo.
O educador físico Daniel Marquezane, explica que apesar do SUS ser estruturado com profissionais de diversas áreas, estes dificilmente possuem contato para a troca de informações acerca do paciente, e o mesmo durante a busca não entra em detalhes sobre o motivo de estar procurando ajuda de um educador físico, raramente é comunicado a doença antes de ser montado a sua ficha, mesmo após grande parte dos casos o psicólogo já ter orientado.
Maquezane elucida que não há um esporte específico, pois, cada pessoa possui uma individualidade, mas o simples fato de se propor a uma caminhada já traz benefícios. O profissional pode orientar partindo de objetivos simples a ser realizados para se estruturar e ganhar confiança para objetivos maiores.
(*) Yvine Macedo é acadêmica de Jornalismo da Faculdade Estácio de Macapá.
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