Anunciado como a solução para o setor de mineração do Amapá após o desabamento do Porto da Anglo, em 2013, este píer flutuante, chamado de “Jack Up”, custou R$ 130 milhões, mas está abandonado. A estrutura já foi parcialmente dilapidada pela ação dos chamados ‘ratos d’água’ e agora ameaça adernar, ou seja, tombar para o lado até afundar.
Segundo moradores do município de Santana, onde a estrutura está depositada, o risco de tudo ir ao fundo se explica pelo abandono da estrutura, sujeita às intempéries. “Como está chovendo muito a gente tem observado que deve estar havendo infiltração na balsa, que está virando para o lado, quando deveria boiar normalmente”, diz um morador das imediações, que se diz preocupado com riscos de um novo acidente.
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Relembre o caso
Foi na noite do dia 28 de março de 2013, durante uma operação de embarque de minério de ferro que a cais de atração de navios cargueiros foi ao fundo, causando a morte de seis operários da mineradora Anglo American. Na manhã seguinte, a primeira manifestação pública da multinacional foi alegar ter ocorrido um fenômeno natural, uma onda gigante, que afetou a estrutura do píer. Mas nos dias seguintes, com a divulgação das imagens e o relato de testemunhas, essa versão acabou descartada, com a comprovação de que foi o cais que ruiu e provocou a onda em seguida.
A empresa tentou outras alternativas para continuar embarcando minério, mas com um custo operacional altíssimo, optando por dar férias coletivas aos operários algum tempo depois. Em meio a polêmicas sobre a continuidade de suas operações no Amapá, a Anglo American – uma das maiores mineradoras do planeta – anunciou em setembro daquele mesmo ano a venda do Sistema Amapá para a pouco expressiva Zamin Ferrous, por U$ 136 milhões (de dólares). O comprador se comprometia a manter o plano de recuperação do porto e as operações nas minas em Pedra Branca do Amapari.
O que se viu em seguida foi uma drástica redução do ritmo dos trabalhos, demissões e até a interrupção da assistência às famílias dos operários que morreram no acidente. Eivada de ações judiciais e trabalhistas, por fornecedores e colaboradores, a Zamin Ferrous entrou com processo de recuperação judicial, mas até mesmo as condicionantes para voltar a operar e pagar seus credores ela deixou de cumprir, sendo substituída por um investidor, a empresa JP Jindal. Mas pouca coisa já se viu ou ouviu falar a respeito do quanto essa nova empresa já avançou em termos de recuperar a estrutura portuária e as operações nas minas.
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