Da redação do Diário
Um ouvinte do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), cuja identidade é preservada, enviou imagens de um flagrante feito através de celular, do embarque de “rodeiros”, constituídos de roda, eixo, mancal de rolamento e adaptadores que dão suporte aos vagões da Estrada de Ferro do Amapá (EFA), em uma carreta, que seguiu em direção ao Rio Matapi, onde são feitos embarques e desembarques de cargas.
As imagens foram enviadas no final da tarde desta segunda-feira (25) à produção do programa que as encaminhou no mesmo instante ao Ministério Público do Amapá (MP-AP) e à Secretaria de Estado de Transportes (Setrap), que é responsável pela fiscalização.
O ouvinte explicou que a carreta seguiu em direção ao Rio Matapí: “A carga foi colocada na carreta em um galpão localizado no Igarapé da Fortaleza, bem próximo ao rio, e num horário compatível com a alta da maré, que é quando as balsas saem em direção a outros estados, cujo destino final, por certo, é outro país”, presumiu o ouvinte.
Ouvido pela bancada do programa, o diretor de Transportes da Setrap, Andrey Rêgo, afirmou que todas as denúncias são apuradas, e prometeu acionar órgãos pertinentes para localizar a carga. O procurador-geral do Estado, Narson Galeno, explicou que a concessão da EFA à Mineradora Zamin e, via de conseqüência, à Anglo Ferrous, teve decretada a sua caducidade pelo governo do Amapá, e garantiu todas as providências são tomadas no sentido de exercer forte fiscalização para evitar saques.
“Como proprietário da EFA, o governo do Estado está acompanhando o processo de liquidação judicial que tramita na 2ª Vara de Falências de São Paulo; já temos decisão judicial do Tribunal de Justiça do Amapá, em ação manejada pela PGE, que declara a caducidade da concessão da ferrovia e a gente está aguardando a finalização do processo; informamos ao juiz titular da ação, em São Paulo, da proibição de transferência da concessão, tanto para a Zamin, como para qualquer outra eventual sucessora; estamos a expectativa de que não seja decretada falência, pois seria mais prejudicial ao estado; de qualquer forma temos que esperar, para que possamos viabilizar a recuperação da ferrovia, que é muito importante para o desenvolvimento do estado“, completou Narson Galeno.
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