Nem mesmo um curto período de férias faz um jornalista deixar seu ofício de lado. A pedido da Revista Diário, o repórter Cleber Barbosa compartilha algumas informações valiosas para quem planeja uma viagem de carro com a família. Ele foi ao Nordeste.
Cleber Barbosa, para a Revista Diário
Sair de férias com a família é algo extremamente prazeroso e muito aguardado para as temporadas de julho e janeiro, na pausa das escolas, do trabalho, enfim. Mas também é a chamada alta temporada, um período em que as passagens aéreas ficam mais caras, devido ao aumento da demanda. E em se tratando da rota para Macapá nem se fala. Então a opção de viajar de carro nunca esteve tão em alta, especialmente pelos diferenciais que elas representam, se colocarmos as todas as despesas na ponta do lápis.
Ir rodando para o Rio Grande do Sul num carro de passeio, por exemplo, tem um gasto de gasolina equivalente a uma passagem aérea. Só que o automóvel leva até cinco passageiros, portanto todos ao custo de um único bilhete, para se ter uma ideia. Então para este repórter que tem quatro filhos e com uma nora, isso já faz toda a diferença. “E sem contar que a gente fica muito mais próximo dos filhos, um convívio mais intenso e descontraído”, diz a esposa Nádia Barbosa.
Convívio
A filha caçula do casal Barbosa, a Bruna, de 9 anos, também vai nessa linha argumentativa. Ela diz que os dias viajando de carro foram maravilhosos em relação ao convívio com os irmãos. “Em casa a gente nem brinca tanto, pois tem o videogame, a internet, mas na viagem tem muita coisa pra fazer juntos, é muito divertido”, derrete-se a garotinha.
A verdade é que, de fato, nas estradas pelo interior do Brasil a cobertura do sinal de internet tem muitos pontos cegos, por isso nem dá para ficar conectado ao celular o tempo todo, daí se dar atenção para outras coisas mais simples, como jogar baralho, dinâmicas de grupo ou simplesmente apreciar a paisagem. “Eu gosto de conhecer novos lugares, novas culturas e me divirto também com os sotaques e a linguagem que a gente encontra pelas estradas”, diz o jovem Breno, de 19 anos, que é acadêmico de ciência da computação.
A viagem entre Macapá e São Luís foi feita em duas etapas. A primeira, claro, de avião e a segunda de carro, entre Belém e a capital do Maranhão. Na rota normal, pela BR 135, são 792 quilômetros. Mas uma amiga da família que já fez a viagem várias vezes ensinou uma rota pela cidade de Alcântara (MA), que economiza quase 300 quilômetros. Foi a escolha dos Barbosa.
De Belém a São Luiz economizando quase 300 quilômetros
As aventura da família Barbosa pelas estradas da vida guardam duas viagens para o Maranhão feitas de carro. A primeira, em 2014, foi com veículo próprio, uma picape Pajero de sete lugares. O carro foi transportado de balsa pela NorteLog, entre Macapá e Belém, ao custo médio de R$ 700. A segunda viagem, foi em 2018 e dessa vez com a locação de uma mini-van (Fiat Doblô) também de sete lugares, retirada em Belém. O aluguel foi pela Localiza e sai em média a R$ 250 a diária. Entre as principais vantagens de se optar pela viagem de carro está o fato de chegar ao seu destino e não precisar pegar transporte público ou mesmo ter despesas com táxi, carro de aplicativo, etc.
Também é preciso levar em consideração que é um mergulho de brasilidade, por assim dizer, afinal se tem um contato muito mais próximo com as comunidades do interior do país. “Tudo bem que existe a preocupação com a segurança, com acidentes ou coisa do gênero, mas até nisso a gente pensou e optou por viajar só de dia”, diz Nádia, que lembra ainda ter optado por não fazer o trecho todo em um único dia, como muita gente faz.
Ferry Boat
A parada estratégica foi bem na divisa entre o Pará e o Maranhão, na cidade de Gurupi. O pernoite é bem em conta (R$ 90) e o café da manhã generoso (especialmente um cuscuz temperado). Saindo cedo de lá dá para chegar a Alcântara em duas horas e alcançar o Ferry Boat em Cujupe, que sai às 8h30/10h30/15h30/18h30 e até às 20h30. A gigantesca embarcação leva um total de 70 carros e a viagem dura uma hora e meia, quando você desembarca em plena ilha de São Luís. Sim, se não sabia a capital do Maranhão é uma ilha, assim como Florianópolis (SC).
O mar
O hotel em que nos hospedamos foi o Rio Poty, um dos mais tradicionais da cidade e que está sob nova direção, passando por completa reformulação, mais ainda muito glamoroso e confortável. A diária para apartamento de casal custa em média R$ 207 (preço de balcão). O hotel fica na Praia da Ponta D’Areia, com direito a uma prainha particular. Aliás, o mar em São Luís é muito limpo e não se tem notícia de condições impróprias ao banho – nem ameaça de tubarão!
Entre os programas para se fazer turismo na cidade, uma visita ao Centro Histórico, um patrimônio arquitetônico com cerca de 3000 imóveis tombados pelo patrimônio histórico estadual, e 1400 pelo IPHAN. Foi declarado Patrimônio Mundial em 1997, por seu conjunto arquitetônico colonial português adaptado ao clima tropical.
Atrações turísticas para passear no Maranhão e no Pará
A família Barbosa só ressente-se de não ter ido – ainda –aos Lençóis Maranhenses. É que o parque nacional fica para outro lado e a gente não teria tempo, pois a estada em São Luís seria de apenas quatro dias. Mas foram intensos, pois chegamos a uma média de quase duas praias diferentes por dia: São Marcos, Ponta d’Areia, Calhau, Caolho, Ipen, Olho d’Água e Araçagy.
Mas São Luís também tem seu lado cosmopolita, com ruas largas, pistas muito bem estruturada e muitos shopping centers espalhados pelos quatro cantos da cidade. Dependendo da época do ano é possível também acompanhar uma das grandes atrações turísticas do lugar, o “Bumba-meu-Boi”, maior manifestação cultural de lá.
Avião
A volta para Macapá reserva ainda aproveitar uns dias em solo paraense, onde quase todo amapaense tem um parente ou conhecido. (O Amapá foi Pará até 1943). Também com muitas opções de passeio e banho, a gente visitou Salinas, Algodoal e até a distante Praia do Caripi, por onde se chega pelo complexo da Alça Viária. Belém também tem atrações como o Museu Emílio Ghoeldi, o Bosque Rodrigues Alves, o Mangal das Garças, o Parque da Residência e, cá pra nós, uma tapioquinha na praia do Mosqueiro (Grande Belém) que é pra comer gemendo.
Pois é, amigos e amigas, este foi um resumo de nossa viagem de carro até o Maranhão, um passeio que recomendamos, por inúmeras vantagens.
Alcântara-MA
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