Cleber Barbosa, da Redação
Com o isolamento social, ocasionado pela covid-19, uma realidade está cada dia mais presente entre os trabalhadores em home office: a videochamada. Especialista diz que elas já causam impactos no mundo corporativo.
Blog do CB – Após um ano, desde o início da pandemia, o teletrabalho já começa a ser analisado em seus benefícios e lacunas. A falta de interação presencial e sua substituição pelas videochamadas já causam seus impactos no mundo corporativo?
Luccas Padilha – Sim. Um dos principais motivos da exaustão é que presencialmente contamos com nossa linguagem corporal para ditar o rumo da conversa e interação, no teletrabalho essa comunicação fica mais prejudicada. Além disso, há fatores externos como dependência da tecnologia para funcionar, o que ocasiona ainda mais tensão. Para amenizar o stress e a ansiedade, nós listamos cinco dicas para que os gestores apliquem na interação com a equipe e diminuam a sensação de cansaço extremo.
Blog – A gente quer saber então. Qual a primeira dica professor?
Lucas – Reuniões pré-definidas. É preferível que as reuniões tenham horários para iniciar e terminar, bem como o tema a ser tratado seja pautado com antecedência a fim de que todos possam se preparar. Além de otimizar o tempo, o colaborador se sente menos ansioso quando sabe o tema que será tratado. Isso funciona presencialmente e ainda mais nas reuniões online.
Blog – Interessante. Até porque essa é uma regra boa até mesmo para os encontros presenciais. Qual a segunda dica então?
Lucas – Estabelecer dias da semana para alinhamentos. Fazer diversas reuniões ao longo da semana pode ser extremamente cansativo. O alinhamento semanal com a equipe é importante e isso deve ser definido para entrar no cronograma. O colaborador precisa saber quais dias da semana terá reuniões de alinhamento, para não prejudicar o andamento do trabalho como um todo.
Blog – E sobre quem ainda fica desconfortável com as filmagens?
Lucas – É preciso avaliar necessidade de ligar a câmera. A sensação de monitoramento constante pode causar desconforto e desfocar a atenção do que está sendo falado. Em uma reunião presencial, o centro da atenção é quem está em posse da fala. Já na reunião online, com a câmera ligada, tendemos a nos distrair tanto com os outros, quanto com nós mesmos. Claro, que há casos em que as câmeras ligadas são uma premissa, mas, caso a reunião seja algo mais pontual, só com a equipe, talvez seja mais produtivo só uma chamada de voz.
Blog – Qual o próximo passo?
Lucas – Buscar pausas estratégicas. Caso haja a necessidade de uma reunião se estender por muitas horas, faça pausas. Aassim como na reunião presencial é permitido que as pessoas saiam para tomar água e ir ao banheiro, é importante fazer pausas estratégicas também nas reuniões online.
Blog – Todo treinamento passa por uma avaliação sobre assimilação do conhecimento não é?
Lucas – Treinar compreensão é a quinta dica. A transição de um encontro presencial para o online é difícil para muitas pessoas. É importante entender as limitações da equipe e facilitar essa transição. O home-office mudou as relações de trabalho, quanto mais o gestor se esforçar para compreender as realidades de cada colaborador, mais produtiva e eficiente será a equipe”.
Blog – Pra fechar, e sobre o recrutamento para os candidatos a vagas de emprego?
Lucas – Já em relação as entrevistas, os candidatos também já sentem esse impacto das videochamadas. Para encurtar e facilitar esse processo, adotamos na Luandre uma plataforma de entrevista que permite que os candidatos respondam perguntas em um tempo determinado de forma gravada. Desse modo, o candidato fica mais à vontade para responder as perguntas de acordo com seu tempo e pode regravar suas respostas, caso sinta necessidade, selecionando a que acreditar ser a melhor opção. Hoje, também fazemos entrevistas por plataformas virtuais que nos dá também um panorama mais próximo de uma entrevista presencial. ■
Perfil
Lucas Santin Padilha – Especialista de Recursos Humanos da empresa Luandre Middle, atuando em uma divisão que atende exatamente posições de média e alta gestão. Doutorando em Administração com bolsa CAPES/Cnpq; Mestre em Administração pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2017); Especialista em Gestão estratégica de pessoas pela Uceff Faculdades (2016); Graduado em Psicologia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2015); Atuante com a metodologia Design thinking no meio corporativo, desenvolvendo soluções para problemas e criação de novos produtos e processos; Tem experiência na área de Gestão de pessoas e psicologia organizacional, desenvolve atividades na área de liderança, transformação digital e gestão de pessoas.
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