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Estado entra na história da micologia mundial com a primeira espécie de Penicillium que leva o nome do Amapá.
Economia

Pesquisadores anunciam novo fungo que pode virar defensivo agrícola

Cleber Barbosa, da Redação

Betral

Estudo realizado em uma colaboração com o pesquisador e escritor amapaense Cristóvão Lins e pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental localizada em Manaus, descobre nos sedimentos do Rio Amazonas uma nova espécie de Penicillium que foi batizada como “penicillium amapaensis” em homenagem ao estado do Amapá de onde o fungo foi isolado.

O anúncio foi feito neste sábado (21) durante entrevista ao programa CONEXÃO, na rádio Diário FM (90,9).

Penicillium é um gênero de fungo bastante conhecimento pelos cientistas e pela população em geral em virtude da penicilina que é antibiótico que tem salvado muitas vidas ao longo das últimas décadas e recebeu esse nome por ter sido descoberta em uma espécie de Penicillium.

A descrição da espécie foi publicada em um periódico internacional especializado na descrição de fungos – Mycological Progress.

Para a descrição da espécies os pesquisadores precisaram seguir todos os parâmetros internacionais com análises de caracteres morfológicos e moleculares e comparação destes caracteres com todas as espécies de Penicillium já descritas para provar que Penicillium amapaense era realmente uma nova espécie de fungo ainda não relatada por nenhum outro pesquisador no mundo.

“Além de ser uma nova espécie que por si já seria uma descoberta interessante para a ciência, o Penicillium Amapaense tem potencial para combater outros fungos que causam doenças em plantas, os chamados fitopatógenos”, explica o professor Gilvan Silva, um dos organizadores do estudo.

Amostras

Os pesquisadores analisaram o potencial da nova espécie contra 12 fungos fitopatogênicos que afetam importantes culturas agrícolas no Brasil e o penicilium amapaense foi capaz de inibir o crescimento de 11 dos 12 testados. “Ainda no aspecto agrícola a nova espécie mostrou-se capaz de produzir moléculas como sideróforos que estão relacionadas a captura de ferro que é um elemento importante para as plantas e de solubilizar fosfato que é outro componente indispensável ao crescimento vegetal”, completa Gilvan.

A produção de enzimas importantes para indústria como amilase, celulase também foi verificada, esse conjunto de resultados indicam o potencial biotecnológico e agrícola da nova espécie, aumentando nosso conhecimento sobre a biodiversidade e importância do bioma amazônico como fonte de soluções para as mais diversas aplicações.

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