Uma das maiores consultorias de gestão de negócios do mundo, a A.T. Kearney, com mais de 90 anos de trajetória global, acaba de divulgar os resultados do 2019 Global Cities Report, estudo anual que mede o desempenho atual e o potencial de 130 cidades para atrair e reter investimentos, pessoas e ideias. Pelo quinto ano consecutivo, Nova York, Londres, Paris, Tóquio e Hong Kong, nesta ordem, encabeçam a lista das melhores cidades do índice global da A.T. Kearney. A cidade norte-americana surge como a melhor e mais influente do mundo pelo sétimo ano consecutivo.
São Paulo, embora tenha recuado duas posições em relação ao ranking de 2018, e ocupe o 33º lugar no índice geral das mais promissoras, surge entre as 15 primeiras em atividades de negócios. “A capital paulista tem uma posição elevada em atividades de negócios. É a 15ª colocada, à frente de cidades como Los Angeles (EUA), que aparece em 7º lugar no ranking geral das cidades mais promissoras”, analisa Victor Cruz, analista sênior da A.T. Kearney e um dos responsáveis pelo estudo. Além disso, São Paulo também se saiu bem no quesito experiência cultural, em que ocupa a 31ª posição.
Cruz afirma que o investimento em melhorias no que diz respeito a capital humano e intercâmbio de informações ajudaria São Paulo a subir no ranking, especialmente porque capital humano tem bastante peso no índice e é um componente crítico para atrair negócios, diversidade e atividades culturais capazes de fortalecer uma cidade.
Brasil
Além de São Paulo, outras duas cidades brasileiras aparecem na lista das 130 melhores do mundo. São elas: Rio de Janeiro (57) e Belo Horizonte (97). Sachin Mehta, sócio da A.T. Kearney Brasil, destaca o bom posicionamento do Rio de Janeiro na dimensão “Experiência cultural”. O ranking posiciona a cidade brasileira na 9ª colocação. “A experiência cultural é o principal pilar para o Rio de Janeiro, com um crescente número de opções de exposições e artes”, afirma. Por outro lado, Mehta lamenta as dificuldades da cidade para atrair estudantes de outros países e assim melhorar o seu posicionamento na dimensão ligada a capital humano.
Belo Horizonte, apesar de ter desacelerado os negócios, com declínio no setor aéreo, continuou entre as 100 primeiras nesta dimensão – a cidade mineira tem o 98º melhor desempenho em atividades de negócios. Belo Horizonte também subiu duas posições na dimensão “Troca de informações”, passando da 91ª para a 89ª colocação.
Índice Global
O Global Cities Index é baseado em 27 métricas, divididas em cinco dimensões: volume de negócios (30%), capital humano (30%), troca de informações (15%), experiência cultural (15%) e engajamento político (10%). De acordo com a análise, Nova York manteve sua posição de liderança através do crescimento no volume de negócios e da liderança nos indicadores de capital humano.
A América do Norte e a Europa ainda estão lutando com a incerteza política e o crescente nacionalismo, o que levanta questões sobre as perspectivas de longo prazo. “Ao mesmo tempo, a força da economia da China e a maior abertura no Oriente Médio estão impulsionando cidades nessas regiões emergentes para um maior destaque no cenário global”, analisa Sachin Mehta, sócio da A.T. Kearney Brasil.
“Em geral, o desempenho em todas as principais cidades europeias estagnou desde 2018. O enfraquecimento das pontuações na dimensão de capital humano alimenta essa inércia, já que os talentos mais qualificados e diversificados buscam oportunidades em outros lugares”, diz. Isso está acontecendo nas principais cidades europeias, incluindo Londres, Bruxelas e Berlim – uma tendência que merece monitoramento contínuo, de acordo com o levantamento da A.T. Kearney.
Grandes movimentos
Algumas cidades deram grandes saltos no índice global de 2019. Muito disso se deve aos avanços nas dimensões relacionadas à troca de informações e capital humano. Sydney, por exemplo, subiu quatro posições, para a 11ª colocação, graças ao fato de mais residentes obterem diplomas de ensino superior e à abertura da mídia na cidade, elemento vital para a troca de informações e componente crucial para o alto desempenho da cidade e da região.
Houston também se destacou ao passar de 41º para 35º lugar, em grande parte devido à sua capacidade de atrair grandes empresas globais. E Boston subiu três posições, ocupando a 21ª colocação, devido à sua crescente população estudantil internacional.
Outlook Global
Enquanto o índice global reflete o desempenho atual das cidades, o Outlook revela aponta quais cidades têm maior potencial para ser a próxima geração de hubs globais. Ele considera 13 métricas em quatro dimensões: bem-estar pessoal (25%), finanças (25%), inovação (25%) e governança (25%).
Este ano, Londres subiu duas posições para encabeçar o ranking. A cidade manteve o seu desempenho, enquanto as que lideraram a lista em 2018 desaceleraram. San Francisco, vencedora do Outlook no ano passado, caiu para a terceira posição em 2019. Embora a cidade ainda se destaque em inovação, as concorrentes a deixaram para trás em quesitos como bem-estar pessoal e governança. Investimento corporativo é outra dimensão que afetou o resultado de San Francisco, à medida que outras cidades tiveram crescimento mais rápido nesse tema.
Cingapura é outra que merece destaque. A cidade saltou três posições, ocupando o segundo lugar no ranking de Outlook de 2019. Juntamente com Tóquio (6ª colocada), elas representam o grande potencial das cidades asiáticas. entre as top 10, Dublin é responsável por uma das maiores movimentações no ranking, saindo do 33º lugar em 2018, para a 9ª posição este ano. O bom desempenho da cidade irlandesa se deve em boa parte aos grandes ganhos econômicos e aos avanços em inovação, que se traduzem na transformação da cidade em um destino global de inovação.
Outros destaques
Nesta edição, a A.T. Kearney aponta o capital humano como fator decisivo não só para os resultados da análise, mas como fator que deve direcionar as estratégias das cidades no futuro. Reter e atrair capital humano representam um desafio para a maioria das cidades do Global Index 2019. Nova York, por exemplo, continua desbancando outras cidades em termos de população estrangeira, enquanto Boston registra bons resultados em capital humano graças às suas boas universidades. O mesmo acontece com Melbourne, como resultado de usa população internacional de estudantes. Chicago também é líder global quando o assunto são os talentos, principalmente por causa das oportunidades em educação superior e do crescente número de escolas internacionais. “Incentivar o desenvolvimento de capital humano é algo que as cidades emergentes devem considerar, especialmente se quiserem atrair corporações e investimentos estrangeiros com segurança”, sugere Mehta.
Clique aqui para ver a íntegra do estudo Global Cities 2019
Sobre a A.T. Kearney
A A.T. Kearney é uma consultoria global líder em gestão de negócios, com 91 anos de operação e atuação em mais de 40 países. É uma empresa dirigida por seus sócios, comprometidos em ajudar os clientes e gerar impactos imediatos, aumentando as vantagens competitivas em seus desafios mais críticos. O foco da consultoria é atuar como parceira estratégica dos clientes na obtenção de benefícios reais em projetos de curto e longo prazos. Os diferenciais da A.T. Kearney são ampla escala global, diversidade de recursos e excelência em todos os processos.
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