O Grupo MD, por meio de seu braço de live marketing, a MD Live Play, organizou na última sexta-feira, 29, a Franchising Super Live, que contou com a participação especial do economista Ricardo Amorim, além de grandes nomes do franchising. O evento teve como objetivo debater oportunidades para o crescimento do setor de franquias no Brasil e discutir quais os aprendizados que os franqueadores tiveram no último ano, em especial, no cenário de crise decorrente da pandemia do coronavírus.
Participaram do evento André Friedheim, presidente da ABF – Associação Brasileira de Franchising, Décio Pecin, presidente da rede de escolas de idiomas CNA e membro do Conselho ABF, Humberto Madeira, VP de Franquias da Prudential do Brasil – maior seguradora independente do país no segmento de pessoas (excluindo VGBL), Adriana Auriemo Miglorância, sócia fundadora da Nutty Bavarian e diretora de Relacionamento, Microfranquias e Novos Formatos da ABF, Danyelle Van Straten, CEO da Depyl Action Franchising – primeira franquia de depilação do Brasil e também diretora regional Minas Gerais e Denis Santini, CEO do grupo MD, mediando a ocasião.
O evento gratuito foi veiculado, simultaneamente, nos canais do YouTube da ABF, Grupo MD, CNA Idiomas, Prudential do Brasil, Depyl Action, Acelera Varejo e Nutty Bavarian.
De acordo com o economista Ricardo Amorim, 2020 foi um ano complicadíssimo, do ponto de vista econômico, tanto para brasileiros como para o contexto do mundo, com a mais profunda e dura depressão econômica já vivida. No entanto, ele destacou que ela durou dois meses. “A indústria não só vem crescendo há sete meses, mas, mais do que isso, ela está acima dos níveis pré-quarentena. Quando a gente olha o setor de comércio é melhor ainda, não só está acima dos níveis anteriores à quarentena, mas já está no nível mais alto de produção e de venda desde 2014”, ressalta e previu uma grande diversidade de novos negócios no setor: Vai ter franquia de tudo nos próximos cinco anos.
Franquia como acelerador de negócio
Em momentos de transformação, a informação e o conhecimento se tornam um item mais valioso, e é exatamente isso que o modelo de franquias traz. “A pandemia, que muita gente acha que foi a razão dessas transformações, na verdade só acelerou um processo que iria acontecer. A mudança já estava acontecendo”, disse Amorim. “O e-commerce cresceu na pandemia mais do que nos dez anos anteriores. Plataformas de videoconferência e telemedicina são coisas que já iriam acontecer, mas tiveram o processo acelerado”, afirma.
Décio Pecin aproveitou para destacar a importância do comitê estratégico em ocasiões como a atual. “Foi um momento de tomar decisões rápidas, que a gente precisou do apoio da rede e a rede, do nosso apoio. A gente montou um comitê, discutimos algumas soluções e testamos o piloto. Em 16 dias conseguimos colocar tudo em prática”, disse.
“A vida agora é on-life”
A palavra foi utilizada por Denis Santini para abordar as questões do mundo “on e off” em tempos de vida pós-pandemia. “O ‘on-life’ é sobre a vida das pessoas. É preciso estar onde a vida das pessoas está acontecendo, seja no mundo on-line ou no físico”, comenta Santini. “Se você ainda está naquele ponto em que pensa se tem que estar aqui ou ali, provavelmente você precisa repensar se não deve estar nos dois e em como fazer isso e, principalmente, em como fazer que um alavanque o outro”, acrescenta Amorim.
Para Danyelle Van Straten, apesar do crescimento no ominichanel da sua rede, a experiência da marca e do produto para o cliente ainda tem um papel fundamental. “A presença física influencia bastante no segmento de beleza, pois é o cuidado, a atenção aos detalhes. Entretanto, durante a pandemia, o online nos ajudou a nos manter na ativa”, diz.
Há espaço para novos negócios no mundo de franquias?
Primeiramente, os panelistas destacaram três pilares que foram essenciais para crescer nos últimos meses: acesso à informação, tecnologia (inteligência artificial, realidade virtual, realidade aumentada, 5G) e dinheiro. “Quando a taxa de juros no Brasil cai para os níveis mais baixos da história, a disponibilidade de financiamento para inovação e empreendedorismo também cresce num patamar que a gente nunca viu. Se vai ter inovação, é possível ter franquia de tudo”, destacou Amorim.
É o caso do segmento de seguros, que, no mercado de franquias, ainda é um conceito inicial, de acordo com Humberto Madeira. “O seguro de vida está ligado a planejamento. Tudo o que estamos vivendo faz você pensar mais sobre a vida, em se planejar. Hoje, cerca de 15% da população economicamente ativa do Brasil tem um tipo de seguro relacionado à vida. Nos EUA, esse dado é de 70% da população americana. No Japão e Coreia é de 90%. Então o Brasil tem um espaço de crescimento gigante, pois passa por um processo de cultura e necessidade. Com certeza, é um setor com potencial dentro do franchising”, afirma Madeira.
Uma das tendências do franchising será a consultoria de campo
Pesquisa é a palavra-chave para a pessoa que está buscando entrar no franchising. “É preciso fazer uma autoanálise para entender se tem perfil, ou não, para se tornar um franqueado. Nem todo mundo tem esse perfil. Depois, tem que buscar os segmentos de negócios com os quais a pessoa tem afinidade”, aponta André Friedman.
O mercado de franchising é multissetorial, com mais de 15 áreas de negócios que atuam com franquias. O caminho é escolher dois ou três segmentos com os quais se tem afinidade e analisar todas as marcas e fazer o processo de seleção de franqueado: entrevista com franqueador, questionar, entender aquela rede e, principalmente, conversar com um franqueado e perguntar se ele compraria aquela franquia novamente. Esses são os pontos que o presidente da ABF aconselha prestar atenção.
“Um indicador muito importante na franquia é se ela tem multifranqueados, porque se ela tem franqueados com duas, três, quatro ou dez operações isso significa que aquele franqueador realmente está trabalhando corretamente”, comentou Friedman. “Ter o selo de excelência em franchising também é um bom indicador, pois mostra a qualidade do franqueador reconhecida pelos seus franqueados.”
Microfranquia é a porta de entrada para o franchising
No franchising existem microfranquias, mas não microfranqueador. De acordo com Adriana Auriemo, microfranquia é aquela que tem o investimento inicial de até 90 mil reais e essa é a diferença. “Todo o resto segue o mesmo padrão de qualquer outra franquia, só o investimento inicial é menor”, afirma. A executiva reforça a ideia de que as microfranquias são porta de entrada para os negócios. “A microfranquia profissionaliza o microempresário. Dessa forma, ele recebe o suporte da franqueadora para partes do negócio que ele não tinha tanto conhecimento. Como o investimento inicial é mais baixo, ele entende o mercado de franquias ao entrar numa microfranquia e, depois, se sente preparado para buscar até franquias maiores”, finaliza.
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