No próximo fim de semana eles estarão novamente reunidos para um “arraiá” em grupo, afinal são praticamente inseparáveis. Estamos falando de um grupo de amigos – quase uma família – que em comum nutre um amor incondicional pelo lugar onde nasceram ou onde passaram o que definem como os melhores anos de suas vidas. Quem nasce na bucólica Serra do Navio, distante 193 quilômetros de Macapá, é chamado de serrano, mas essa galera é tão maluca por sua “montanha-natal” que já houve quem batizasse o grupo como “serráqueos”.
Idealizador da primeira edição do “Encontro dos Serranos – De volta ao Ninho”, o economista e administrador Carlos Balieiro, 53, o Kamá, diz que a ideia surgiu depois de um sonho que teve. “A Icomi criou uma verdadeira família ali naquela vila em plena floresta amazônica, então é um sentimento inexplicável, que nos move a querer estar sempre juntos, revendo os amigos, contando histórias, numa saudade que não passa”, diz ele.
Já o corretor de imóveis Gilberto Carvalho, 50, disse que outro grande legado que a mineradora deixou foi formar gerações e gerações de trabalhadores, gente que se orgulha de só ter tido uma única assinatura na carteira de trabalho. “Existem casos de pais, filhos e netos que trabalharam na mesma empresa. Além disso, a qualidade de vida proporcionada para a gente era algo que o Amapá sozinho jamais poderia oferecer àquela época”, diz Gilberto.
Em dezembro, acontece em Serra do Navio, a 8ª edição do Encontro dos Serranos, quando ex moradores da cidade voltam para lá, oriundos de diversos estados do Brasil. A dificuldade de alguns em vir ao Amapá no final do ano, já levou alguns serranos a organizar encontros regionais, como já aconteceu em Belo Horizonte (MG) e em Belém (PA), que em julho realiza seu quatro evento anual.
Serranas famosas: jornalista Flávia Freire e cantora Fernanda Takai
Outra frente de ação do Encontro dos Serranos, que já ganhou até bloco de carnaval, é chamar a atenção para a situação do lugar após a saída da empresa e a falta de alternativas econômicas para Serra do Navio. Eles conseguiram mobilizar apoio político e institucional para o tombamento da antiga vila modelo como “Patrimônio Arquitetônico do Brasil”, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2012, mas até hoje pouca coisa avançou em termos de restaurar e preservar aquele verdadeiro museu a céu aberto – hoje bastante desfigurado pela especulação imobiliária.
Confira alguns registros do Encontro dos Serranos
“La vai o trem”, praticamente um hino oficial da Serra do Navio
“Meu lugar”, um poema do cantor Márcio Farias
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